Hoje é um daqueles dias. Escrevo tudo o que tenho a escrever. Bem... nem tudo. Há ainda um pequeno conto que vos tenho de contar mas que fica para outro dia...
Um amigo disse-me para escrever menos quando escrevo. E escrever mais. Ou seja... Escrever com maior frequência e não mandar assim de rajada não sei quantos textos... Desculpa Fifias, eu não consigo resistir quando a pena toca no papel!
Garcia Lorca. Frederico Garcia Lorca (1898-1936). Vida curta. nasceu em Fuente Vaqueros e morreu em Granada. Heroi democrata. Poeta. Considerado o melhor autor Espanhol depois de Cervantes. Fuzilado por uma Espanha católica com medo da novidade e da diferença.
No meio viveu em Valderrubio. Perto de Granada e local que dá nome ao encontro 2 de um viaduto onde estive a trabalhar.
A caminho para obra via umas placas sobre ele. Casa museu, sítios lorquianos, etc.
Sábado. Um Sábado. Um Sábado de uma semana em que o meu estimado punhal ficou em Lisboa para ser reparado. Um Sábado em que tinha ido à obra pela manhã e ia passear pela tarde. Um Sábado em que andava com um VW Polo. Um Sábado em que a neve na serra Nevada atingia records. Um Sábado em que, pela primeira vez em duas semanas, não chovia. Um Sábado.
Saído da obra e almoçado, decidi ir averiguar então os tais dos sítios lorquianos e a casa museu.
Casa museu: fechada!
Bom, decidi então que iria ver os tais sítios e, depois, faria uma anunciada aqui e ali rota das fortalezas.
Saído de Valderrubio direcção Fuente Vaqueros uma placa indicava uma tal Fuente de la Peña à direita. Sabem como sou... Não me foi fácil virar à direita, mas desta vez tinha de ser.
Virei e andei. Andei eu, não! Andou o tal do Polo. Menino de cidade pouco habituado às rotas que eu lhe propunha. Despreocupado não via a tal fonte. Continuei. O asfalto acabava. Eu, continuava. As poças e a lama aumentavam. Eu, continuava. O Chopeirais intensavam-se. A lama adensava-se. Eu, continuava. A lama parecia tomar conta do meu campo de visão. Eu... comecei a ficar preocupado. Um espacito sem lama e travão. Parei e inverti o sentido da marcha. Olhei, ponderei, pensei, acreditei. Podera! Se não passasse de volta como é que ia sair dali?!
Arrisquei. Primeira, segunda. Assim não patina e tem melhor tracção. Mas eis que de repente, como que vingança da Espanha por considerações de tacanhice feitas por mim e pelo Fred, e como que por artes de magia, o citadino Polo começava a tomar um rumo diferente do que lhe impunha eu, as suas rodas, o seu motor e até mesmo, por impossível que pareça, a gravidade. Ok, vá esta última não... isso é só lá para os lados de Sintra...
Fugiu, escapou, travei, derrapou, PUM! De notar que a velocidade a que eu transitava não deveria exceder certamente os 4km horários. Ainda assim: PUM!
5 km a pé até Valderrubio. Mais uns quantos à procura da Alcaideza. Mais uns quantos à procura da Grua de Valderrubio. 1 hora de espera pela Grua de Pino Puente. A de Valderrubio deu-me borra!
Trabalhos de desatolamento. Lama e mais lama. Nas botas, nas calças, na camisola, Até na carteira fiquei com lama. O habitáculo esse, um lamaçal.
No fim, 100 euritos pelo serviço, um cumprimento e uma recomendação de lavar as botas numa autolavage de alta pressão.
Entrei no carro. Lavei o carro. Jantei. Bebi uma Alhambra. Dormi. Domingo... fui passear... mas sempre em asfalto!
Coitadinho do Polo... Na cidade não há passeios destes!
With love from Valderrubio,
Marco
2 comentários:
... mas... mas será possível??
Realmente és mmo uma comédia, só tu mmo p enfiares os carros nos sitios mais estapafúrdios e das maneiras mais estranhas...
É aselhice inata tou a ver!! ;p
Enviar um comentário