Anos volvidos e o seu proprietário embrenhou-se numa aventura laboral que implicaria a realização de demasiados km para um velhinho e talvez um pouco maltratado Espada. A decisão complicada surgiu. A necessidade de adquirir um substituto nasceu. O estacionamento definitivo do Espada parecia quase certo. Enfim... Vai andando longe das épicas jornadas que em dias o levaram às luzes da ribalta das revistas de todo-o-terreno ou mesmo do jornal interno da Renault. Mas para os efeitos da minha relação com ele, está estacionado.
Várias hipóteses de substituição, dois meses com carros alugados (recomendo a todos a aquisição do Mercedes Classe A, dentro do seu segmento, uma rainha sem contestação!), e vai de completar o que seria um óptimo negócio. Um carro fiável, resistente, duro, duradouro e claro, gastadeiro. Assim se descrevia o automóvel que viria a ser o substituto do Espada nas minhas épicas jornadas automobilísticas. Comprei então um Opel Astra 1.4i. A descrição é forte. Bom motor, franca cavalagem, e uma capacidade de viajar a 160 km horários claramente superior à do Fiat Panda! Mas mesmo. Bom carro!
Por ser mais curto, prontamente o apelidei de Punhal, alcunha a que ele respondeu afirmativamente com três gazadas involuntárias!
Estávamos então no festivo mês de Dezembro e eu estacionado entre Málaga e Bilbao. Não visitou nuestros hermanos em 2008. De passagem de ano em Segura a viagem foi o seu primeiro teste. Passeios quase de TT e, claro, uma viagem de Queijas a Segura em pouco mais de 2 horas conferiam-lhe o seu primeiro rubi no cabo, e, naturalmente, a sua primeira condecoração. Estava contente com a minha compra.
2009 chegou e com ele a minha programada deslocação a Málaga. Viagem calma, com alguns excessos, mas sem incidentes. As valentes sapatas que calça davam-lhe uma estabilidade confiante e o seu poder de disparo garantia subidas e descidas ao mesmo ritmo. Mantinha-me bem impressionado.
Voltando a Lisboa a primeira falha... Uma vela a falhar levava o seu motor a coxear de uma pata e a trabalhar só com as três restantes. Lá chegou a Lisboa. Lá recebeu um conjunto de velas qual criança de quatro anos e, com alegria, voltava a Espanha. Desta feita para terras da Romã.
Viagem de volta mais uma vez e, espante-se, de novo coxo de uma pata. Simplificando o complidado, foi arranjado e voltou à estrada. Maleita? Válvulas queimadas, junta queimada, cabos de velas velhos e mais uma ou outra coisa. Resultado? Mais do que vale o Espada!
Reparado e inpesccionado de fresco voltou para Espanha. A caminho das romãs pela rota da prata algures num km 747 de uma auto-via, dava-se o estrondo. Pum, pum, catrapum! Ouvi e senti debaixo do carro um verdadeiro carnaval de pólvora! Olhei para fora e, surpreso, vi que o nascer do dia se tinha mudado para a parte inferior do Punhalito. "Ai que esta cena se incendeia!!" Motor prontamente desligado seguiu até ao seu descanso. Outro primo do Tom Mate apareceu, um Taxi surgiu, e a separação proporcionou-se. Punhal de volta para Portugal. Eu, seguindo o meu rumo numa longa viagem de 250km de taxi. Dormi. Relaxei. Pensei.
O que é que eu faço a este carro!? Não sei.
O que é que eu fiz para merecer isto!? A esta sei a resposta!
Nem sempre a razão se deve sobrepôr ao coração e, no meu coração não há dúvidas, o meu Espada não me faria isto...
Mas pronto, deixo-vos uma boa imagem, de um bom momento, do que foi um bom carro!
With love from Sta. Olalla (km 747 da A-66)
Marco
3 comentários:
Não quero deixar de agradecer a quem, na melhor das intenções, facilitou e tudo fez, para me ajudar a encontrar um carro e, depois de encontrado, a mantê-lo na estrada.
Obrigado Bruno!
A culpa não é tua. O carro é que é uma merda!!!
Abracinhos!
eh....
xarutos....
LOOOOLOLOOL ;D
xarutos mmo, o carro e o dono... ;p
Enviar um comentário