quarta-feira, 17 de junho de 2009

Airborn!!

Terça-feira, 16 de Junho da graça de 2009.
O relógio marca as 0600. Hummm... acho que estou a ficar atrasado! Liguei para a rádio taxis, peço um taxi para a Mariano Pina e... música! Da boa, daquela que foi satirizada pelos gatos há já algum tempo. Um belíssimo midi reproduzindo um qualquer clássico da música encheu-me os ouvidos por perto de quinze minutos. Pois! Quinze minutos! Esperei, esperei, esperei e, finalmente, lá me disseram "trezentos e oitenta e três".
Despedi-me do paizinho e desci. Já lá estava. Um belo Mercedes com as molas dos bancos estragadas.
Chegado ao Terminal 2 fumei... check-in... fumei... fumei... encontrei três pessoas conhecidas! Uma delas, ou melhor, um deles, colega de secretária do 12º ano! Ele há cada uma nos aeroportos!!!
Mais quatro cigarros, uma carta nos correios, um telefonema com a mana e beijinhos à familia e lá fui eu!
Calma... lá fui eu para o Porto. Eu e mais uma quantidade de gente que lotava a ponte aérea...
Chegado ao Porto a vozinha metálica informava "os passageiros em ligação devem-se dirigir ao pessoal em terra.". Foi o que tentei fazer, mas... qual pessoal em terra!? No terminal de chegada do Sá Carneiro nem uma pessoa à vista! Procurei, hesitei, desisti! Saí do terminal e aí sim, perguntei. "Só tinha de subir as escadas ou o elevador!" Olha, merda! Aproveitei e mais um cigarro!
Subi pelo elevador e lá fui de novo para o ponto de control. Tive de mostrar tudo de novo: bilhete, computador, cabos, cinto, cadeados, e tudo e tudo e tudo... mesmo depois de eu insistir... "Vim agora da Portela e não me pediram para mostrar isto tudo!"... só consegui um "Pois, mas são normas europeias, em todos os aeroportos deveria ser igual!". Raios! Os srs da Portela são bem mais simpáticos! Embarquei!
Sem choros de Alfas de outros tempos, sem gente barulhenta, com pessoal de bordo impecavelmente simpático, dois filmes positivos, um almoço tranquilo, um lanche interessante e, claro, uma posição desesperantemente desconfortável. Sim! Desconfortável. Desta vez não pelas pernas, essas iam perfeitamente esticadas, mas pelo tipo do lado que, tendo-se sentado antes de mim, tomou completamente conta do apoio de braço central e não mais o soltou! Estúpido!!!
Quase dez horas depois a altitude baixava para os 400m e o monitor apagava-se. A vista pela janela não era Lisboa... Quilómetros de cidade, grande parte pobre, barracas, umas coladas às outras, milhões de pessoas viviam ali. Pfff, pensei... Isto assusta!
Quinze minutos depois, um aplauso colectivo. Eu não! Não aplaudo estas merdas. Se a estaca que eu fizer tiver 0% de areia ninguém aplaude! É o meu trabalho!
Malão recolhido, café bebido, água bebida, cigarro fumado.
Porta do Aeroporto Governador André Franco Montoro, Guarulhos, tudo é diferente. Tudo é bem diferente. As árvores, os carros, as gentes, o ar, a cor, o dia, o céu, a forma como a água gira. Tudo é mesmo diferente.
É o Brasil. É a América Latina!

With love from Guarulhos,
Marco

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