Porquê? Eu explico...
Tudo começa à chegada. A Catarina diz-me que já lá estou quase. Estou em La Linea. Terra igualmente parva onde é totalmente impossível comprar umas pilhas AA num Domingo. Parvos!
De repente, à minha frente, um mono gigante de pedra branca (sim, eu sei... é calcário...), que se destaca da planura da ínsula como uma grande parvoice. Mas que raios estava a Mãe Natureza a pensar quando espetou aqui com este mono!? Pff... The Rock! Não faz sentido nenhum!
Cheguei à fronteira. Su carnet de identidad? Mostrei, passei. Do outro lado, mais parvoice! Em plena Península Ibérica, um caramelo de chapéu alto Your Id card, please. Porra, já mostrei ao outro! Chatos!
Entrei no Reino Unido. Excepção feita a se conduzir pela direita e não estar a chover. De resto, é igual.
E aí, já em terra não se sabe muito bem de quem, uma surpresa.
Não tenho muita experiência aeroportuária. Quer dizer... a obra que me trouxe a Málaga é o aeroporto, mas isso não conta. Não conheço muitos nem tão pouco lhes pisei as pistas. Hoje, por outro lado, aconteceu-me uma coisa que desconfio não poder acontecer a muitos... Conduzir numa pista de Aeroporto. Vejam lá que tive de fazer uma ultrapassagem perigosa a um Cessna que não me queria deixar passar! Já é abuso, né? Pois... mas a verdade é que conduzi numa pista. A pista do aeroporto de Gibraltar é cruzada pela única estrada que dá acesso a... Gibraltar, lá está!
Passado o Aeroporto, ou pelo menos a sua pista, entrei na cidade. Chiça. Como pode! Feio mas feio! Ingleses deste mundo postrem-se em vergonha! Não há na península uma cidade tão feia! excepção feita, claro, à nossa querida Costa da Caparica... mas essa tem o POLIS! Adiante...
Fechada num qualquer passado em que todos a queriam invadir, perdeu pelas ruas centenas de antigas baterias, claro, sem armas, e em estados de conservação quase piores que os monumentos portugueses classificados pela UNESCO.
Os prédios, esses, genericamente decrépitos e com ar de quem não sabe muito bem onde devia estar, mas ali é que não é de certeza!
Ruas estreitas, com potencial, centenas de sinais de trânsito por todo o lado, carros novos e velhos invariavelmente com matrículas começadas por G, motas e mais motas, baterias abandonadas e placas indicando a Europe point. Fui ver. Afinal, é aí que acaba o Mar e começa o Oceano. Ou pelo menos devia ser...
A todos os que dizem mal do Ponto Mais Ocidental da Europa Continental (por momentos tive fé que o acrónimo fosse ROCA... não é...) recomendo-vos uma visita à Ponta da Europa. Não fosse o mar com fim na costa africana (aqui vê-se mesmo...) e uns trinta cargueiros a pontear o mar, e este local seria, sem dúvida, meretório da paragem de oito ou nove obuzes bem carregadinhos que qualquer coisa que faz PUM!. Sério... Que susto!
Dei mais voltas e paguei tudo em euros. A taxa de conversão que esta gente usa é, no mínimo hilariante. Em determinada ocasião pediram-me 9 libras. E em Euros? 11. Ok... Logo de seguida, 1 libra. Euros? 2! Gargalhada certa! Mas tinha de ser... Era um canhão vitoriano de 100 toneladas! 100 toneladas de puro barrete! Raios!
E a vista? Pois, essa vista, diz que sim. Mas a que me ficou na retina foi a parvoice de um mono de pedra branca naquelas terras e águas tão lisinhas... Que parvoice!

With love from La Linea,
Marco
1 comentário:
as maquinas fotograficas e as cenas assim são baratas....
tu é que não sabes aproveitar...
manel
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